o projeto CÓRTEX

CÓRTEX nasceu em 2016 como um projeto de pesquisa voltado para espaços e iniciativas auto-organizados por artistas e outros trabalhadores das artes visuais – como curadores, pesquisadores, críticos, educadores, e assim por diante. A necessidade de mapear as atividades destes espaços e iniciativas em âmbito nacional, levou à criação do perfil CÓRTEX no Instagram que, entre meados de 2018 e fins de 2020, dedicou-se a fazer este mapeamento e também dar visibilidade às suas atividades.

Desde o princípio de 2021, dada a urgência do momento em pensar modelos de gestão sustentáveis diante da ausência de uma política cultural federal, o CÓRTEX atua também como articulador de redes de colaboração: em Campinas, com a co-organização do Circuito Livre de Arte Independente (CLAI) – rede de colaboração fundada em 2020 e integrada por 19 espaços e iniciativas independentes que desenvolvem atividades no campo das artes visuais – e do Segmento Temático de Artes Visuais, grupo aberto da sociedade civil que trabalha junto ao Conselho Municipal de Políticas Públicas; em São Paulo, com a co-idealização e co-organização do Revoada, laboratório experimental de gestão cultural, projeto realizado entre junho e setembro de 2023 em parceria com o Espaço Cultural Marieta (São Paulo) e o Centro de Pesquisa e Formação do SESC; e em Recife, com a co-idealização e co-organização do projeto Dobradiça, primeiro encontro do circuito independente de artes visuais do Recife, em parceria com a Galeria MauMau, realizado em outubro de 2021 através de premiação no Funcultura.

Um espaço (ou iniciativa) auto-organizado é aquele cuja ordem e sentido foram criados a partir do conjunto das experiências dos envolvidos, ou seja, da forma como processam, interpretam, atribuem significados e organizam. Isso significa, na prática, a valorização da voz de cada um dentro de um sistema coletivo, a busca por novos modelos organizativos que tendem à horizontalidade e suavização dos poderes, e a construção de redes de trabalho que estabeleçam relações de dependência estratégica.

Estes espaços e iniciativas são frequentemente chamados “independentes” ou “autônomos”. Vale lembrar que independência (ou autonomia) não significa auto-suficiência ou isolamento – já que a cena de arte autônoma baseia-se justamente numa trama de dependências estratégicas – mas sim liberdade do pensamento, de proposição e ação. Também não se trata, obviamente, da liberdade plena, mas sim em relação aos outros circuitos: o institucional e comercial (galerias e feiras). Lembrando que o grande cerceador da liberdade dentro cena de arte independente é a escassez de recursos, especialmente os financeiros.

A Fase 1 da pesquisa CÓRTEX, realizada entre julho de 2016 e janeiro de 2018 e parcialmente financiada pelo Programa Rede Nacional Artes Visuais da FUNARTE, dividiu-se em duas frentes de trabalho: os conteúdos textuais e a base de dados. Os conteúdos textuais podem ser conhecidas através desta plataforma virtual:

  • Com tiragem de 1000 exemplares, a publicação CÓRTEX traz estudos sobre a auto-organização no campo das artes visuais, incluindo estudos de caso focados na gestão de três espaços de arte independentes.
  • Além da publicação, também estão disponíveis aqui conteúdos extras, levantamentos históricos da auto-organização no campo das artes visuais entre 1930 e 2000.

A base de dados CÓRTEX foi um aplicativo desenvolvido especialmente para o projeto, que coletava e processava dados sobre espaços e iniciativas de arte independentes em todo o Brasil.  A dificuldade na coleta de dados, realizada através do preenchimento de formulários no aplicativo pelos gestores dos espaços e iniciativas, levou ao congelamento do processo e à re-análise da proposta da criação da base de dados neste momento. Os resultados produzidos foram parciais e inconclusivos. Infelizmente o projeto não dispõe de recursos para arcar com os custos do aplicativo ativado e assim manter os resultados obtidos disponíveis para consulta nesta plataforma. Mais informações aqui.

A Fase 2 do projeto CÓRTEX, iniciada em maio de 2018 de forma totalmente independente e hoje em pausa, pretendia traçar um paralelo entre as cenas de arte independentes de São Paulo e Berlim. A última publicação da Fase 2 foi a entrevista com a pesquisadora Friederike Landau, realizada pessoalmente, em setembro de 2018 em Berlim/Alemanha (em inglês), parte de uma pequena série de entrevistas feitas por Maíra Endo. Havendo recursos disponíveis, existe ainda a possibilidade das outras entrevistas serem transcritas, traduzidas e publicadas. 

O projeto CÓRTEX está aberto para colaborações! Se compartilha dos mesmos objetos de estudo e deseja colaborar de alguma forma, entre em contato!

\\CRÉDITOS GERAIS

FASE 1

Idealização, captação de recursos, coordenação e produção executiva | Maíra Endo
Pesquisa | Maíra Endo
Identidade e programação visual | Daniela Brilhante
Criação do site | Maíra Endo em colaboração com Mobzi
Assessoria de imprensa | Célia Santos
Realização

FASE 2

Idealização e coordenação | Maíra Endo
Pesquisa | Maíra Endo
Identidade visual | Daniela Brilhante
Mantenimento do site | Maíra Endo
Realização